sexta-feira, 18 de abril de 2014

Confira o Boletim Classista Alimentação 6



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A VITÓRIA DOS GARIS DO RIO DE JANEIRO É EXEMPLO PARA A CLASSE TRABALHADORA

Os garis do Rio de Janeiro. Composta por uma imensa maioria de trabalhadores negros, recebiam um salário de R$802, com tíquete alimentação de R$12 por dia e um adicional de insalubridade de 30%. São cerca de 16 mil garis que trabalham para a Comlurb.
 
A Comlurb e o Sindicato. Empresa da prefeitura do Rio de Janeiro,  seu atual presidente, Vinícius Roriz é um burguês que durante 12 anos participou da direção da Ambev (maior cervejaria do país) e foi membro do conselho de administração da IMX, do grupo EBX, do bilionário Eike Batista.
O Sindicato dos empregados de empresas de asseio e conservação do município do Rio de Janeiro reúne o setor mais precarizado e pauperizado da classe operária carioca, trabalhadores da limpeza de empresas públicas e privadas (terceirizadoras). Filiado a UGT (União Geral dos Trabalhadores), sua diretoria não foi eleita através do voto direto pelos trabalhadores da sua base. São representantes da empresa e do governo, como a luta dos garis deixou claro à todos.
 
A luta. A data-base dos garis é no mês de março. Nos dias que antecederam março os garis se prepararam para sua jornada de luta, fizeram assembleias, decidiram sua pauta e o início da greve para o dia 01.03, primeiro dia do carnaval. O Sindicato traiu os trabalhadores na noite anterior ao início da paralisação: declarou que não haveria paralisação e não levou para a negociação com a empresa a pauta votada em assembleia. A greve teve início sem o sindicato e para representar a categoria nas negociações foi eleita em assembleia uma comissão de 10 garis.
A data da greve foi escolhida como forma de pressão contra a empresa e o governo.  Rapidamente as ruas se enchem de lixo e o cheiro podre desta sociedade de exploradores vem à tona. O sindicato e a empresa rapidamente se pronunciam publicamente: “não há greve nenhuma, quem está espalhando o boato é um minoria sem representatividade”. Correram juntos para fechar um acordo e por fim à mobilização da categoria. Não adiantou, os garis não arregaram. No dia 03.03, depois de dois dias de greve em pleno carnaval, a prefeitura fez novas ameaças: os garis que não voltarem ao trabalho até às 19h daquele dia seriam demitidos. Mas a mobilização da categoria aumentava e ganhava cada vez mais apoio popular. No dia seguinte a prefeitura anunciou a demissão de 300 garis que não haviam comparecido ao trabalho e os chamou de “delinquentes”. Nas manifestações os “300” revelavam-se 3 mil. Distribuíam fitas laranjas para a população que as recebia como sinal de apoio. As manifestações de apoio chegaram aos locais de trabalho, com uma campanha de fotos manifestando apoio à greve e repúdio às demissões que foram amplamente compartilhadas pelo FaceBook. Foram metroviários, professores, petroleiros, bancários, trabalhadores da USP e estudantes de escolas e universidades públicas. A campanha tornou-se tão importante que a mesma mídia que divulgava o discurso da empresa, governo e sindicato foi obrigada a dizer que a greve dos garis tinha a aprovação e apoio de seus irmãos de classe.
O prefeito Eduardo Paes declarou, no dia 05.03, que todos aqueles que não tinham ido trabalhar seriam perdoados se voltassem ao trabalho no dia seguinte e os que queriam voltar ao trabalho seriam escoltados pela guarda civil e por empresa de segurança privada. A verdade é que o prefeito obrigou parte da categoria a trabalhar sob a mira de fuzis dos modernos capitães do mato. Mais uma mostra do que a classe dominante brasileira e seus governos reservam para a população negra: empregos precários e mal pagos e repressão policial aos que resistirem. Mas esses trabalhadores não arregaram. Foram 8 dias de greve contra a empresa, o governo, a grande mídia e seu próprio sindicato. Os garis do Rio de Janeiro alcançaram a vitória.
 
O método de luta. A classe operária tudo movimenta em nossa sociedade e justamente por isso, tudo pode paralisar. Mas o poder da classe operária não pode influenciar a política e a economia nacional enquanto os indivíduos que a compõe não estiverem organizados. Enquanto indivíduo o operário se vê impotente contra seu patrão e tudo que está por trás dele: a classe dos capitalistas, os governos burgueses, a grande mídia, etc. É preciso unidade. A vitória dos garis não foi sorte, se deu pela unidade e organização da categoria.
Em primeiro lugar, para vencer, os garis tomaram suas decisões em assembleias de base, verdadeira democracia onde todos puderam opinar sobre os rumos da greve. Depois, quando o sindicato debandou abertamente para o lado dos patrões e começou a fazer pronunciamentos contra a greve, os operários da Comlurb elegeram entre eles próprios uma comissão composta por 10 operários para representar nas negociações a vontade da categoria, que era decidida naquelas assembleias. Num dado momento da luta, 9 dos 10 garis que tinham sido eleitos, concordaram com a proposta de fim de greve antes de terem conquistado a pauta votada. Sem problemas, a mesma assembleia que elegeu os nove, tirou deles o poder de representação e elegeu outros 9 no lugar. Além disso, para que a greve fosse efetiva, os garis organizaram piquetes. Foram às ruas para ganhar o apoio da população e da juventude. Dirigiram sua greve apoiado na classe operária de várias outras categorias e na massa da população explorada pelo capital e seus governantes corruptos.
 
As conquistas. A vitória dos garis ultrapassou em muito as conquistas econômicas, apesar dessas não terem sido pequenas. Aumentaram seu salário de 802 reais para 1100 (37% de aumento), o tíquete alimentação de R$12 para R$20, aumentaram a periculosidade de 30 para 40%, além de outros benefícios. Conquistas que apontam novo patamar para o conjunto de nossa classe nas próximas data-base. Mas acima de tudo, aprenderam que quando estão unidos e organizados “não tem arrego” - como eles mesmos cantavam. Aprenderam que para vencer é necessário a democracia operária das assembleias, das comissões; são necessários os métodos de luta proletária dos piquetes, dos atos de rua. Aprenderam que a classe trabalhadora unida tudo pode.
 

Encontro nacional de trabalhadores Façamos como os Garis do Rio! inaugura o Movimento Nossa Classe

Nós do Boletim Classista, participamos no dia 29.03 do encontro nacional de trabalhadores que fundou o Movimento Nossa Classe. Nesse encontro participaram trabalhadores de diversas categorias: os próprios garis cariocas, rodoviários do Rio Grande do Sul, que em janeiro desse ano fizeram uma greve de 15 dias parando uma das principais capitais do país, metroviários de São Paulo, professores da rede estadual, petroleiros, bancários, operários metalúrgicos de vários estados, operários da indústria da alimentação etc., além dos estudantes da Juventude às Ruas, que colaboram com as panfletagens de nosso boletim e o grupo de mulheres Pão e Rosas. No encontro foi discutido que a greve dos Garis do Rio é um exemplo para toda nossa classe e devemos seguir suas principais lições.
 
Independência de classe. Vimos como os Garis, não confiaram no governo, nos patrões ou em seu agente dentro da categoria, a diretoria do sindicato. Puderam vencer porque se apoiaram em si mesmos, nos seus irmãos de classe de outras categorias, na população explorada e na juventude que saiu às ruas em junho. Não há como vencer sem derrotar os patrões, do mesmo jeito que não há como beneficiar os patrões sem prejudicar os trabalhadores. Para vencermos temos que manter nossa política independente e contar unicamente com as forças de nossa classe.
 
Democracia operária. Só é possível vencer quando todos vão à luta e quando todos lutam, todos têm direito a manifestar sua voz e seu voto. Os garis do Rio venceram porque mantiveram todos os seus debates e decisões submetidos à assembleia geral da categoria, onde a pauta era debatida e as decisões eram votadas democraticamente. Venceram porque souberam criar um organismo de representação democrático, a comissão de negociação, com delegados votados que podiam ser substituídos a qualquer momento.
 
É possível vencer. Os Garis cariocas mostraram que é possível se organizar, mesmo com a traição do sindicato, e que é possível obter conquistas como 37% de aumento salarial num país onde nos últimos 10 anos as principais categorias organizadas conquistaram uma média de 1 a 2,5% de aumento salarial real.
Para avançarmos em nossas lutas e vitórias fundamos o Movimento Nossa Classe baseado nas principais lições que tiramos da greve dos garis. Se confiarmos nas forças da classe trabalhadora e nos organizarmos de maneira democrática e independente dos patrões é possível vencer!
 
FAÇAMOS COMO OS GARIS DO RIO!

É hora de exigirmos que o sindicato dos frios esteja a serviço dos trabalhadores. É hora de recebermos um aumento salarial de 37%. É hora de recebermos a insalubridade de 40% que não é paga para a maioria dos operários que trabalham no frio.
 
VAMOS À LUTA, UNIDOS SOMOS MAIS FORTES!

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

CAMPINAS e HOTOLÂNDIA: Avança a greve na MABE

Já vem desde maio a conversa mole da MABE Brasil: fecharam a planta em Itu, tentaram arrancar as ferramentas da planta de Campinas e uma chuva de ameaças também em Hortolândia. Já disseram no final do ano, quando estávamos entrando em coletivas, que votar pela greve significaria a falência da empresa; que na verdade que nós trabalhadores devíamos dinheiro para a empresa porque o faturamento de 2013 foi negativo; mas esquecem-se de falar dos altíssimos bônus e regalias (viagens luxuosas, carros importados) da gerência e dos altos cargos, enquanto nosso suor foi pelo ralo sem fundo do bolso do Luis Berrondo (presidente da MABE no México). Mas demos mais um passo ontem em Hortolândia contra toda a tentativa de golpe da empresa, vamos para a greve.

Não abriremos mão de cada gota do nosso trabalho, e nosso PLR é apenas parte dele. Exigimos o pagamento dos 2800 reais, 1400 para um duro ano de trabalho é troco de pão. Devemos iniciar hoje a greve também em Campinas e avançar para uma luta unificada em defesa dos trabalhadores da MABE Brasil, nossos direitos e também a defesa do nosso emprego, o maior de todos os direitos. 

Quando a empresa tentou retirar as ferramentas da planta de Campinas na calada da noite, ao mesmo tempo que fechava a unidade de Itu, nós acampamos na frente da empresa e impedimos esse golpe contra os trabalhadores, foi uma importante conquista nossa. Mas as chantagens e ameaças não pararam, não torcemos ainda o braço da empresa. Milhares de boatos se espalham e a MABE se nega a dizer a verdade para os trabalhadores. Chega de enrolação: onde foi parar toda a nossa produção? Devemos exigir que a empresa abra publicamente o seu livro de contabilidade, é direito de todos os trabalhadores da MABE saber onde foi parar cada centavo daquilo que produzimos, sabendo que em 2012 a maior parcela do lucro da MABE em todo mundo foi responsabilidade da MABE Brasil, ou seja, do suor do nosso trabalho.


E não é só isso, por anos trabalhamos para a empresa, e apenas a patronal de toda a MABE se enriqueceu, lucrou por anos em cima de nosso suor. Sabemos que dinheiro há e sempre houve. O que produzimos aqui no Brasil pagou as regalias da patronal e da chefia daqui e também da Sede no México. Se dizem que não há dinheiro, queremos então pegar de volta os lucros dos patrões que produzimos por anos.

O sindicato não pode vacilar agora, devemos começar uma grande luta unificada que começa pelo nosso PLR, mas que seja a defesa dos nossos empregos. Mais nenhum PDV, mais nenhum demitido. Se a empresa ameaçar a demitir, precisamos retomar nosso acampamento como fizemos no primeiro semestre do ano passado e se a empresa realmente quiser fechar, devemos tomar o que é nosso, ocupar a fábrica e colocar a produção sob nosso controle. Se a empresa sabe apenas administrar seus lucros, nós podemos controlar a produção a serviço de nós que produzimos.


- Pagamento já do nosso PLR. Tudo o que produzimos nos deve ser pago.

- Chega de chantagem e ameaças. Abertura imediata do livro de contabilidade da empresa. Queremos saber onde está todo o dinheiro da nossa produção.

- Nenhum demitido mais, se a MABE não sabe administrar a empresa, nós podemos garantir os empregos e a produção.

- Construir uma grande greve e cerca-la de solidariedade para que os trabalhadores vençam e não a empresa.

- Colocar de pé desde já um fundo de greve para que a decisão da nossa luta não fique nas mãos da empresa e da justiça. Levantar dinheiro para que nosso salário seja garantido também pela solidariedade é permitir que tenhamos condições de vencer.

sábado, 21 de dezembro de 2013

Nenhuma demissão na Seara

A JBS já era a maior produtora de carne bovina do mundo e, após a compra da Seara, passou também a dominar o mercado de aves. Com esta aquisição a empresa se relocaliza entre os monopólios de alimentação, e, também, se torna a segunda maior empresa brasileira em faturamento, ultrapassando a Vale e ficando atrás apenas da Petrobrás! Mesmo assim, a empresa sofre diversas condenações e processos trabalhistas a nível nacional por atacar seus trabalhadores, efetuar demissões em massa, desrespeitar direitos, atacar pequenos produtores rurais e por aí afora.

Após a compra da Seara, a JBS iniciou, visando aumentar seus lucros, sua “restruturação”. Depois de ter demitido cerca de 20% dos trabalhadores das unidades de Cajamar e de Perus, agora chegou a vez da unidade Osasco. Os operários estão vivendo aqui momentos de tensão. Já são cerca de 100 demitidos, número que pode chegar a 200, contabilizando cerca de um terço dos funcionários da fábrica. Houve o fechamento do 2º turno da Unidade II, acompanhado de deslocamento e mudança de turno de alguns trabalhadores; havendo também o risco de fechamento da embalagem, onde trabalham cerca de 20, em sua maioria mulheres. Sabemos que alguns queriam ser demitidos desde a época da Marfrig. Mas sabemos também que esses trabalhadores foram empurrados a optar pela demissão devido as péssimas condições de trabalho e o baixo salário. E, devemos lembrar, apesar de tantos lucros, a empresa quer dar “aumento salarial” abaixo da inflação. Mas, devemos pensar também naqueles que não queriam perder seus empregos, e ainda, naqueles que irão ficar com a sobrecarga de trabalho, trabalhando por 3 pelo mesmo salário miserável. Essas demissões em massa são ilegais. O grupo JBS teve um lucro de 24 bilhões de reais (receita líquida) nos últimos 3 meses de 2013, e o ano ainda nem acabou. Uma demissão nessa proporção é condenada até mesmo na lei dos ricos, que só permite demissão em massa em casos que a empresa está em situação de crise e não sem acordo com o sindicato.

Ao lado do vice-presidente do Brasil Michel Temer, Junior Friboi, filiado ao PMDB
 e um dos donos da JBS-Friboi, é pré-candidato a governador do estado de Goiás.   


O sindicato tem que cumprir sua obrigação: organizar a defesa de nossos empregos!


Uma coisa fundamental a se pensar é o papel do sindicato. Onde ele estava quando a empresa demitiu essas dezenas de trabalhadores? Por que ainda não se pronunciou? Por que não há sequer uma nota em seu site?

Os sindicatos servem para a nossa organização, para que lutemos pelos nossos direitos e para nos protejermos do assédio e sede de lucro das patronais. É uma ferramenta histórica e essencial na organização dos trabalhadores. Numa situação como a que estamos passando a intervenção do sindicato é fundamental para que a JBS, campeã em lucros, não faça o que quiser conosco. Mas também o sindicato deve ser formado por trabalhadores reais; estar no cotidiano, impedindo que os vazamentos de amônia continuem, que os acidentes de trabalho  sejam devidamente registrados, mas também para que fomente a discussão política.

Quem está há mais tempo na unidade sabe que o sindicato nunca dá as caras. Muitos dos diretores sindicais que aí estão sequer conhecem a realidade do chão de fábrica, estão há anos afastados, não são mais trabalhadores. Não vêm à fábrica, não fazem assembleias, justamente para que nós não possamos decidir. Também não temos trabalhadores votados por nós, os chamados delegados sindicais, que representem nossa opinião na hora de tomar decisões de nosso interesse. Assim, esse verdadeiros burocratas vivem da contribuição sindical e fazem acordo com os patrões pelas nossas costas. É claro que a atual diretoria do sindicato sabe o que se passa por aqui. Quando se omite é porque na verdade tomou o lado dos patrões.

Por causa deste papel que a atual diretoria vem cumprindo, muitos trabalhadores não querem nem ouvir falar do sindicato. Têm razão. Mas temos que entender que, independente de quem está dirigindo o Sindicato, ele é um instrumento de organização da nossa luta. Não podemos abrir mão disso! É nosso direito! Então, para que consigamos mudar essa realidade, é essencial exigirmos que o sindicato venha à porta da fábrica, se posicione frente aos últimos acontecimentos e organize nossa resistência. O sindicato deve chamar uma assembleia para que nós possamos discutir e decidir sobre as demissões, o salário, etc. Ele também deve organizar eleições de delegados sindicais em cada unidade onde estamos. Essas são medidas iniciais para lutarmos contra os ataques desse grande monopólio e para transformarmos o sindicato numa ferramenta que realmente lute pelos nosso direitos.

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Por uma corrente sindical e política de trabalhadores sem burocratas e patrões!

Nós do boletim classista estamos lançando a ideia de uma nova organização de trabalhadores, que lute em defesa dos empregos, de melhores condições de trabalho, de transporte, saúde e educação para os trabalhadores. Acreditamos que para isso precisamos nos organizar em cada local de trabalho, lutar por sindicatos democráticos que estejam a serviço dos nossos interesses e utilizar os métodos clássicos de luta dos trabalhadores, como as greves e as ocupações de fábrica.

JBS chega detonando o trabalhador na Seara

Desde que a JBS comprou a Seara, iniciou seu plano de reestruturação das fábricas, buscando recuperar a lucratividade da marca, comprada no vermelho. As mudanças são desde pequenas coisas, como a retirada do refrigerante, às dezenas de demissões (já quase uma centena), que fazem parte do plano de redução do quadro de funcionários que essa gigante (formada pelo dinheiro público, repassado pelo BNDES, autorizado pelo governo Lula) está aplicando em todas as suas fábricas.

A ex-supervisora Jéssica, agora responsável pelo 5S, ao que parece voltou para ser a linha de frente dessas mudanças, pois essa história de 5S na verdade é só pra aumentar a lucratividade da empresa e não melhora de fato para os trabalhadores, que continuam trabalhando muito, ganhando pouco e com acidentes todo dia.

Fizeram uma reforma na área de lazer, é verdade, mas e daí?!, quantos paletes de “regular” será que precisaríamos produzir pra pagar aquilo?

Alguns também pensam que, “bom, pelo menos pra quem ficar, vai ter aumento e melhorias...”, pode até ser uma coisa ou outra, mas se fosse proporcional ao aumento de trabalho, na prática a empresa não estaria atingindo seu objetivo maior, que é recuperar a taxa de lucro. Isso é importante entender, não tem como uma empresa recuperar lucratividade sem aumentar a exploração dos trabalhadores. As novas máquinas ajudam nisso, pois com elas passamos a produzir mais (gerando mais lucro), mas não temos aumentos salariais proporcionais a isso.

Aliás, falando do aumento, cadê ele? 5% não é visível a olho nu, a inflação fica na frente!

Quem ficar tem é que abrir o olho, pois nem festa de dia das crianças teve esse ano, só muita amônia pra todo lado!

É tanta sede de lucro que até tentaram fazer a galera trabalhar horário normal nos sábados pra folgar nas festas de fim de ano, miseráveis! Mas dessa vez não teve jeito, todo mundo agiu unido e mostrou quem tem o poder de verdade! O pior de tudo é que o sindicato já tinha feito esse acordo com a empresa, pelas nossas costas! Pra quem esse sindicato trabalha afinal?!

Sabemos que esse sindicato está a serviço da empresa e por isso achamos que os trabalhadores da JBS precisam se unir pra tomar o sindicato, fazer uma coisa diferente, eleger delegado sindical na fábrica e assim defender seus direitos, exigindo um salário mínimo o suficiente para uma família viver com dignidade, melhoria das condições de trabalho, e redução da jornada e contratações!